Wow, parceria com Elon Musk. Produção será gravada em Estação Espacial.
A notícia caiu como um foguete brasileiro, e a princípio todo mundo desdenhou, afinal de contas, um filme no espaço, filmado lá em cima com Tom Cruise em pessoa? Com certeza uma missão impossível, a NASA jamais aprovaria, etc, etc, mas quando Jim Bridenstine confirmou, a ficha caiu.
Na tarde da última terça-feira, 5 de maio, o Deadline havia noticiado com exclusividade que o astro Tom Cruise estaria com planos para um novo filme bastante inovador: as filmagens seriam realizadas em uma estação especial de verdade!
Primeiro filme gravado no espaço sideral
O projeto, em parceria com a SpaceX, empresa de sistemas aeroespaciais de Elon Musk, ainda não teria sido apadrinhado por um estúdio ou produtora. Logo depois da veiculação da notícia, a NASA, através da conta de seu administrador Jim Bridenstine, confirmou o projeto:
“A NASA está empolgada para trabalhar com Tom Cruise em um filme abordo da Estação Espacial! Nós precisamos da mídia popular para inspirarmos uma nova geração de engenheiros e cientistas, para que eles transformem os ambiciosos planos da NASA em realidade” – anunciou Jim, via, twitter.
Tom Cruise, astro da franquia “Missão: Impossível” hoje com 57 anos, é conhecido por seus filmes ousados e por gravar suas próprias cenas de ação.
Ele pilotou caças no iminente “Top Gun: Maverick”, dependurou-se do lado de fora de um avião decolando em “Missão: Impossível – Nação Secreta” (2015) e escalou o arranha-céu Burj Khalifa de Dubai – o edifício mais alto do mundo – em “Missão: Impossível – Protocolo Fantasma” (2011).
Um custo Astronômico
Imaginando uma equipe mínima, Tom Cruise e um diretor/cameraman são dois lugares. A NASA paga aos russos US$86 milhões por assento numa Soyuz. Como Tom e o Diretor irão em uma Dragon Crew da SpaceX, o valor é mais em conta, mas não muito. A estimativa é que cada viagem custe US$55 milhões por pessoa. Só aí temos US$110 milhões.
O preço estimado por lançamento pode chegar a US$160 milhões, se colocarmos no pacote o foguete, a cápsula, sete astronautas e as barrinhas de cereal. O custo de permanência na Estação Espacial internacional por pessoa é de US$312.500,00. POR HORA.
Se Tom e o Diretor ficarem 10 dias na ISS, o que costuma ser a permanência mínima quando fazem troca de tripulação, isso significa mais US$150 milhões na conta do tal filme. US$260 milhões e só temos algumas dezenas de horas de imagens.
Acredito que o Tom Cruise fazer um filme no espaço não é um capricho de uma estrelinha de Hollywood que quer toalhas coloridas e frutas frescas no camarim. Ir ao espaço é uma atividade extremamente perigosa que exige toneladas de dinheiro e muito investimento emocional e profissional. É claramente um sonho de um sujeito que passou a vida inteira se superando -Tom tirou brevê de piloto comercial- e que agora quer ir além, audaciosamente aonde nenhum ator jamais esteve.
Inspiração e Esperança
Esse filme será muito bem-vindo. Não pelo ineditismo em si, mas por sua capacidade de maravilhar e inspirar uma nova geração. Vivemos tempos obscuros, aonde jornais de grande circulação entrevistam astrólogas para falar sobre pandemias, aonde líderes religiosos criticam nossa “dependência da ciência”.
“Precisamos que a mídia popular inspire uma nova geração de engenheiros e cientistas para transformar os planos ambiciosos da @NASA em realidade”, acrescentou Bridenstine.
Precisamos de heróis, precisamos de exemplos. Tom Cruise promovendo interesse pela ciência, dando continuidade ao trabalho de Matt Damon em Perdido em Marte é essencial. Nós só vamos sobreviver como espécie, só temos esperança de curar doenças, eliminar a fome e a pobreza, se identificarmos e desenvolvermos ao máximo o potencial de cada um.
Há duas opções: Você pode se esconder no reino das trevas da ignorância, do medo e da superstição, achando que cada raio é uma ameaça e cada percalço um castigo, ou pode fazer parte do Reino da Ciência, aonde aprendemos, erramos, aprendemos com os erros e melhoramos. É a escolha de cada um.